Este artigo é sobre Tecnologia
Inteligência Artificial está cada vez mais presente no nosso dia a dia , veja como AI + No-Code irão transformar o ambiente de trabalho.
O mundo de TI é continuamente bombardeado com hypes de novas tecnologias e tendências que, se por um lado imprime um dinamismo frenético na área, por outro promove o sentimento de obsolescência em todo profissional em exercício, impulsionando um tsunami de busca por cursos de atualização, na tentativa de correr para não ficar fora do mercado.
Trabalho na área de TI há 37 anos, já surfei centenas de ondas, e vou contar um segredo para vocês: todo esse movimento é inflacionado pelas grandes consultorias, porque eles precisam vender seus serviços para sobreviverem. Mas, depois de Big Data, Small Data, Scrum, Agile, DevOps, Virtualization, Containerization, Cloud, Fog, Hybrid Computing, SOA, Micro Services, SaaS, Machine Learning IaaS, PMI, ITIL, e mais uma infinidade de novas tecnologias, como saber separar o que vai sobreviver daquilo que é passageiro?
Não tenho uma resposta objetiva, mas, sempre sigo instintos e quase sempre tenho acertado sobre o quanto uma nova onda vem para ficar e fixar território no mundo de TI, e com isso gostaria de falar sobre uma tecnologia que tenho estudado extensivamente nos últimos 25 anos: Inteligência Artificial.
No entanto, somente em 2011, depois de muitos anos estudando IA, que vi que os algoritmos estavam finalmente prontos para serem utilizados na prática. Foi quando comecei a estudar profundamente Deep Learning (desculpem pelo trocadilho) e percebi que uma revolução estava se iniciando no mundo de software.
Deep Learning nasceu para resolver um problema intratável pelos algoritmos tradicionais, que era o processamento de dados digitais não estruturados como sons e imagens, e fez isso tão bem que rapidamente tornou obsoletos todos os algoritmos já existentes para essas aplicações. Entretanto, o que mais me chamou a atenção, foi que esses algoritmos funcionavam por um processo matemático que, dadas as entradas e saídas do programa, ele convergia para a solução do problema.
Estamos falando de uma máquina para qual forneço um exemplo de entrada, e comando o que eu quero saber na saída, e ela se auto-programa para a solução.
Nem todo mundo fica espantado ao saber disso, como fiquei, mas o fato de compreender essa possibilidade, de criar um programa dessa forma, abre caminhos para que qualquer pessoa possa elaborar um programa sem a necessidade de conhecimento em programação, sendo necessário, somente, montar um conjunto de exemplos de entrada com a saída desejada. Essa sim é a ideia mais revolucionária.
A concepção do Eyeflow.AI surgiu em 2016, exatamente a partir dessa ideia. Uma plataforma para criação de aplicações de Computer Vision utilizando IA, que oferecesse uma interface muito intuitiva e fácil de usar, habilitando qualquer pessoa a resolver seus problemas, construir suas soluções, e até assistente de voz, chatbots, dentro do seu universo de trabalho/conhecimento, e tudo isso sem precisar estudar anos de programação em códigos arcanos.
Neste momento de pandemia, estamos vivenciando um crescimento acelerado da digitalização das empresas/processos, e, naturalmente, o mundo de TI não estava preparado para esse gigantesco crescimento na demanda. Estamos enfrentando a falta de equipamentos, falta de chips, e em especial a falta de profissionais capacitados em tecnologia. É neste cenário que surge esse novo hype em torno das plataformas, o No-Code.
Para os que não conhecem, No-Code são aplicações que permitem a um não-programador criar um “programa” para resolver sua demanda específica, de uma forma simples, visual e de rápido aprendizado. A ideia é bem antiga e já tivemos várias implementações dessa ideia na história com diferentes graus de sucesso. Um exemplo que temos dessa ideia é o Excel (low-code), onde já vi milhares de modelos de programas (planilhas), supercomplexos, elaborados e desenvolvidos por não-programadores.
Como disse, seguindo a minha intuição e observando as tendências, garanto que as tecnologias No-Code vieram para ficar, pois ao longo dos últimos 20 anos temos visto TI passar a ser determinante em todas as áreas profissionais, e esse movimento só tende a aumentar. No futuro, todas as pessoas - em qualquer área de atuação - necessitarão ser proficientes no uso das ferramentas de software e TI em geral para desempenharem bem suas funções.
Com isso em mente, percebi que o cenário era perfeito para desenvolvermos uma plataforma No-Code que possibilitasse a criação de aplicações de Video Analytics por leigos em tecnologia, porém especialistas em suas áreas de trabalho e negócios, já que a partir do uso de AI os programas poderiam ser criados com base em exemplos.
Nosso objetivo foi entregar uma plataforma simples onde o usuário pode ser capaz de desenhar o que quer, com entradas e saídas de fluxos e foco em seus objetivos finais. A partir daí ele alimenta um conjunto de exemplos, a máquina se auto-programa, o usuário apresenta novos exemplos e observa o resultado. Ao encontrar um erro ele o corrige e retroalimenta a máquina, que por sua vez segue o processo de aprendizagem até acertar tudo.
O Eyeflow nasceu para democratizar o uso de IA, torná-la disponível para todos, e ajudar as pessoas de todo o mundo a criar suas soluções de Video Analytics. Estamos disponibilizando essa tecnologia para que qualquer pessoa ou empresa possa criar, testar, aperfeiçoar, publicar e vender suas próprias aplicações de Computer Vision.
A principal aplicação dessa tecnologia, hoje, é automatizar as tarefas repetitivas e cansativas de monitoração visual. Temos cases em inspeção industrial, monitoração de segurança, e automação de várias tarefas que dependem da visão. Confesso que todos os dias ainda me impressiono ao ver como cada pessoa assiste a uma apresentação do EyeFlow e pensa, imediatamente, em uma nova aplicação para uma necessidade específica em um novo mercado.
E, para aqueles que temem que as máquinas irão tomar seus empregos, eu sempre respondo que os seres humanos, com seus cérebros extraordinários, nasceram para criar soluções para os problemas, e as máquinas são essas criações que irão executar o trabalho. Pensem, por exemplo, dos tratores nos anos 50, e uma série de invenções criadas por nós para possibilitar a nossa própria evolução.
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